terça-feira, 23 de novembro de 2010

Parnasianismo


 INTRODUÇÃO 

O Parnasianismo é a manifestação poética da época do Realismo, embora ideologicamente, se distancie dos realistas e naturalistas. Como estética, resistiu ao tempo, chegando a conviver com movimentos do século XX.
Parnasianismo é oriundo do vocábulo parnaso: região da Grécia Antiga onde os poetas louvavam o deus Apolo, deus greco-romano da poesia e da arte.


 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
Ø Arte pela arte;
Ø Preocupa-se com a forma (rima, métrica e versificação);
Ø Preferências por sonetos;
Ø Descritivismo e preciosismo vocabular;
Ø Objetividade e impessoalidade do poeta;
Ø Negação da poesia romântica e dos versos livres e brancos;
Ø Poesia sensual;
Ø Apego à tradição  clássica.

  PRINCIPAIS AUTORES 

Olavo Bilac à direita, Raimundo Correia no centro e Alberto de Oliveira à esquerda, juntos formavam a “tríade parnasiana”.

Olavo Bilac (1865-1918): “Príncipe Dos Poetas”. Foi o mais popular dos poetas.

Profissão de fé
(...)
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
(...)
Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito
(...)
Assim procedo. Minha pena
Segue esta norma,
Por te servir, Deusa serena,
Serena Forma!
(...)
Celebrarei o teu oficio
No altar: porém,
Se inda é pequeno o sacrifício,
Morra eu também!
(...)
Caia eu também, sem esperança,
Porém tranqüilo,
Inda, ao cair, vibrando a lança,
Em prol do Estilo!

Alberto de Oliveira(1857-1937): O poeta mais ligado aos padrões do movimento parnasiano. 

Vaso Grego

Esta, de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de os deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.

Era o poeta de Teos que a suspendia
Então e, ora repleta ora esvaziada,
A taça amiga aos dedos seus tinia
Toda de roxas pétalas colmada.

Depois... Mas o lavor da taça admira,
Toca-a, e, do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas há de lhe ouvir, canora e doce,

Ignota voz, qual se de antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa a voz de Anacreonte fosse.

Raimundo Correia(1859-1911): Poesia com marcas românticas e simbolistas.

As Pombas

Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas,
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sangüínea e fresca a madrugada...

E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;

No Azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...



 REFERÊNCIAS:

  AMARAL, Emília, ANTÔNIO, Severino, FERREIRA, Mauro, LEITE,   Ricardo &. Novas palavras: língua portuguesa: ensino médio. 2 ed. renov. São Paulo: FTD, 2005.

     CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa. Português- Literatura, Produção de Textos & Gramática- 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

   TERRA, Ernani, NICOLA, José de. Português de olho no mundo do trabalho. Vol. un. 1. ed. São Paulo: Scipione, 2005.


     Saiba mais sobre parnasianismo acessando: 



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