quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Simbolismo





_CONTEXTO____________________________________________________________
    O Simbolismo - que também foi chamado de Decadentismo, Impressionismo, Nefelibatismo ,- surgiu na França, por volta de 1880, e de lá difundiu-se internacionalmente, abrangendo vários ramos artísticos, principalmente a poesia. O período era de profundas modificações sociais e políticas, provocadas fundamentalmente pela expansão do capitalismo, na esteira da industrialização crescente, e que convergiram para, dentre outras consequências, a I Guerra Mundial. Na Europa haviam germinado ideias científico-filosóficas e materialistas que procuravam analisar racionalmente a realidade e assim apreender as novas transformações; essas ideias, mormente as do positivismo, influenciaram movimentos literários como o Realismo  e o  Naturalismo na prosa, e o Parnasianismo na poesia.   


   _____________________CARACTERÍSTICAS GERAIS________________________

     Musicalidade: música, a mais importante de todas as artes. “A música antes de tudo.” Aliterações, assonâncias, onomatopéias, sinestesias.  
       Linguagem vaga, imprecisa, sugestiva: : não mostrava as coisas, apenas as sugeria. 
       Negação do materialismo: reação ao materialismo e ao cientificismo realistas. 
      Retorno à mentalidade mística: comunhão com o cosmo, astros.
      Individualismo: ênfase pelo particular e individual do que pelo geral e Universal.
     Os textos comumente retratam seres efêmeros (fumaça, gases, neve...). Imagens grandiosas (oceanos, cosmos...) para expressar a ideia de liberdade.
      Conhecimento intuitivo e não-lógico. 
      Ênfase na imaginação e na fantasia. 
      Desprezo à natureza: as concepções voltam-se ao místico e sobrenatural.
      Linguagem ornada, colorida, exótica, bem rebuscada e cheia de detalhes: as palavras são escolhidas pela sua sonoridade, num ritmo colorido, buscando a sugestão e não a narração.

     ______ SIMBOLISMO NO BRASIL _______________________________________
     A publicação de Broquéis e Missal (1893), de João da Cruz e Souza, inaugura este movimento, que se caracteriza por melancolia, gosto dos ritmos fluidos e musicais, incluindo o uso de versos livres; uso de imagens incomuns e ousadas. O cuidado na evocação das cores e de seus múltiplos matizes mostra, também, uma influência do Impressionismo.  

___________________________________________________PRINCIPAIS AUTORES:
    João da Cruz e Sousa (1861-1898), filho João da Cruz e Sousa (1861-1898) de escravos libertos, luta pelo abolicionismo e contra o preconceito racial. Muda-se de Santa Catarina para o Rio de Janeiro, onde trabalha na Estrada de Ferro Central e colabora no jornal Folha Popular. A sua poesia é marcada pela sublimação do amor e pelo sofrimento oriundo do racismo, da pobreza, da doença. Renova a poesia no Brasil com Broquéis e Missal. Em Últimos Sonetos trata a morte como a única forma de alcançar a liberação dos sentidos.
                                     Antífona

      Cruz e Sousa

Ó Formas alvas, brancas, Formas claras             
De luares, de neves, de neblinas!        
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... 
Incensos dos turíbulos das aras...                           
(...)
Indefiníveis músicas supremas,                                
Harmonias da Cor e do Perfume...                      
Horas do Ocaso, trêmulas, extremas,                      
 Réquiem do Sol que a Dor da Luz resume...       
(...)
Infinitos espíritos dispersos,

Inefáveis, edênicos, aéreos,
Fecundai o Mistério destes versos.
Com a chama ideal de todos os mistérios.   
  
Do Sonho as mais azuis diafaneidades
Que fuljam, que na Estrofe se levantem
E as emoções, todas as castidades
Da alma do Verso, pelos versos cantem.

  

Alphonsus de Guimaraens (1870-1921), filho  de Albino da Costa Guimarães, comerciante português, e de Francisca de Paula Guimarães Alvim.O “Solitário de Mariana” como era conhecido Afonso de Guimarães, viveu grande parte de sua vida em MG, onde exerceu a magistratura. Marcado pela morte de sua noiva quando ambos tinham 18 anos, Alphonsus de Guimarães jamais conseguiu esquecer o ocorrido, embora tivesse casado posteriormente e sido pai de 14 filhos. A tragédia na adolescência despertou nele um sentimento religioso que acompanharia toda a sua poesia.

REFERÊNCIAS

AMARAL, Emília, ANTÔNIO, Severino, FERREIRA, Mauro, LEITE, Ricardo &. Novas palavras: língua portuguesa: ensino médio. 2 ed. renov. São Paulo: FTD, 2005.

CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa. Português- Literatura, Produção de Textos & Gramática- 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

TERRA, Ernani, NICOLA, José de. Português de olho no mundo do trabalho. Vol. un. 1. ed. São Paulo: Scipione, 2005.

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Parnasianismo


 INTRODUÇÃO 

O Parnasianismo é a manifestação poética da época do Realismo, embora ideologicamente, se distancie dos realistas e naturalistas. Como estética, resistiu ao tempo, chegando a conviver com movimentos do século XX.
Parnasianismo é oriundo do vocábulo parnaso: região da Grécia Antiga onde os poetas louvavam o deus Apolo, deus greco-romano da poesia e da arte.


 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
Ø Arte pela arte;
Ø Preocupa-se com a forma (rima, métrica e versificação);
Ø Preferências por sonetos;
Ø Descritivismo e preciosismo vocabular;
Ø Objetividade e impessoalidade do poeta;
Ø Negação da poesia romântica e dos versos livres e brancos;
Ø Poesia sensual;
Ø Apego à tradição  clássica.

  PRINCIPAIS AUTORES 

Olavo Bilac à direita, Raimundo Correia no centro e Alberto de Oliveira à esquerda, juntos formavam a “tríade parnasiana”.

Olavo Bilac (1865-1918): “Príncipe Dos Poetas”. Foi o mais popular dos poetas.

Profissão de fé
(...)
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
(...)
Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito
(...)
Assim procedo. Minha pena
Segue esta norma,
Por te servir, Deusa serena,
Serena Forma!
(...)
Celebrarei o teu oficio
No altar: porém,
Se inda é pequeno o sacrifício,
Morra eu também!
(...)
Caia eu também, sem esperança,
Porém tranqüilo,
Inda, ao cair, vibrando a lança,
Em prol do Estilo!

Alberto de Oliveira(1857-1937): O poeta mais ligado aos padrões do movimento parnasiano. 

Vaso Grego

Esta, de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de os deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.

Era o poeta de Teos que a suspendia
Então e, ora repleta ora esvaziada,
A taça amiga aos dedos seus tinia
Toda de roxas pétalas colmada.

Depois... Mas o lavor da taça admira,
Toca-a, e, do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas há de lhe ouvir, canora e doce,

Ignota voz, qual se de antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa a voz de Anacreonte fosse.

Raimundo Correia(1859-1911): Poesia com marcas românticas e simbolistas.

As Pombas

Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas,
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sangüínea e fresca a madrugada...

E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;

No Azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...



 REFERÊNCIAS:

  AMARAL, Emília, ANTÔNIO, Severino, FERREIRA, Mauro, LEITE,   Ricardo &. Novas palavras: língua portuguesa: ensino médio. 2 ed. renov. São Paulo: FTD, 2005.

     CAMPEDELLI, Samira Yousseff, SOUZA, Jésus Barbosa. Português- Literatura, Produção de Textos & Gramática- 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

   TERRA, Ernani, NICOLA, José de. Português de olho no mundo do trabalho. Vol. un. 1. ed. São Paulo: Scipione, 2005.


     Saiba mais sobre parnasianismo acessando: 



Tipos de Discurso



Um grande recurso utilizado nos textos narrativos são os tipos de discurso . O  discurso -ou fala- pode ser apresentado, basicamente, de três modos, quais sejam: 
   DIRETO      
   INDIRETO      
   INDIRETO LIVRE   
Não necessariamente estes três estão separados, eles podem aparecer juntos em um texto. Dependerá de quem o produziu.

DISCURSO DIRETO____________________________________________
  • discurso direto caracteriza-se pela reprodução fiel da fala do personagem, ou seja, não há a interferência do narrador.
  •  As falas das personagens são introduzidas por travessão, aspas.
  • A fala do personagem é, via de regra, acompanhada por um verbo dicendi (de elocução)  seguido de dois-pontos. São verbos de elocução: dizer, falar, responder, indagar, perguntar, retrucar, afirmar, etc.
Exemplo:
E continuou a andar. Com o jornal debaixo do braço. Mas disse  para si mesmo:
   - Minha vontade é voltar, chamar o homem. Devolver o jornal, recuperar o dinheiro.

_________________________________________DISCURSO INDIRETO
  • discurso indireto ocorre quando o narrador utiliza suas próprias palavras para reproduzir a fala de um personagem.
  •  No discurso indireto eliminamos os sinais de pontuação(travessão, aspas, dois-pontos) e usamos as conjunções: que, se, como, etc.
  • No discurso indireto também temos a presença de verbo de elocução (núcleo do predicado da oração principal), seguido de oração subordinada (fala da personagem). 
Exemplo:
E continuou a andar. Com o jornal debaixo do braço. Mas disse  para si mesmo que sua vontade era voltar, chamar o homem. Devolver o jornal, recuperar o dinheiro.

________________ DISCURSO INDIRETO LIVRE   ____________________
 O discurso indireto livre é um tipo híbrido, misto dos discursos direto e indireto. É a fusão da fala do narrador com a da personagem, sem verbo de elocução. 
 Exemplo:
 E continuou a andar. Com o jornal debaixo do braço. Mas sua vontade era voltar, chamar o homem. Devolver o jornal, recuperar o dinheiro.

  • É comum a fala da personagem aparecer no meio do texto.
Exemplo:
   “O rapaz preparou-se durante todo o ano para prestar aquele concurso.E justamente na hora de demonstrar o que havia assimilado, as idéias lhe fugiam da mente como o cervo do leão na savana.Que azar!  Seria azar ou excesso de nervosismo? Sei lá!  O fato é que não se lembrava de nada.Deu branco, meu! Que horror.”


  REFERÊNCIA 
ABAURRE, Maria Luzia. Produção de Texto: interlocução e gêneros. São Paulo: Moderna, 2007





Carta de Solicitação



O que é?

A carta de solicitação é o documento pelo qual alguém faz um pedido (solicita algo), formalmente, ao destinatário (empresa ou entidade). 



Estrutura:
Destinatário;
Local;
Data;
Referência: assunto; saudação, corpo do texto, despedida e assinatura.

Exemplo:



Ao Prefeito de Sorocaba

João Esleveriano da Costa


Ceará, 20 de agosto de 2010.

Prezado Senhor prefeito,


Solicitamos à V. Sª, a construção de uma área para a prática de atividades educativas/ esportivas, a fim de que possamos proporcionar aos moradores de nossa comunidade uma vida melhor, uma vez que com a construção dessa área nossos jovens, que atualmente vivem ociosos, terão uma ocupação. 

Antecipo-lhe meus agradecimentos, certo de que seremos prontamente atendidos dada a eficiência do vosso trabalho.


Cordialmente,

Antônio José da Luz.

Presidente da Associação de Moradores da Vila do Urubu.



Referências:
ABAURRE, Maria Luzia. Produção de Texto: interlocução e gêneros. São Paulo: Moderna, 2007.  
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